CONHEÇA NOSSA HISTÓRIA

Histórico da Unidade Escolar/Bairro


Os irmãos Casa foram imigrantes vindos da região do Vêneto, próximo de Pádua (Itália). Inicialmente, chegaram à Vila São Bernardo (onde hoje se localiza a região de Santo André), depois se dirigiram à Casa da Imigração, localizada onde hoje é a Rua Marechal Deodoro, em São Bernardo do Campo, lá recebiam alimento e equipamentos para o cultivo das terras, além do material de construção das casas. Também lhes foram doadas, por meio de documentos outorgados por Dom Pedro II, diversas glebas.

Os irmãos Casa foram conduzidos a essas terras, onde passaram por muitas privações, porém trataram de desenvolver o lugar, instalando suas casas, cultivando a terra, produzindo alimentos para o consumo de suas famílias e revenda, criando animais para o próprio sustento e preparando alimentos baseados na culinária de sua região de origem (pães, vinhos, frios etc.).

Eles também tomaram contato com os povos nativos da região, “da tribo Guarani,” que foram definidos por João Casa como seres muito bons, que sempre cumprimentavam quando passavam e que não interferiam na vida local.

Com o passar do tempo, os mandatários da Vila São Bernardo, abriram uma estrada que ligava as terras dos Casa até Piraporinha, onde havia um moinho para onde eram levados os grãos que as famílias produziam para serem moídos.

Depois o Sr. João Casa deu início à construção da capela de Santo Antonio, cujo padroeiro foi trazido da Itália e era todo esculpido em madeira.

O Sr. João logo iniciou a promoção de várias festas juninas, que atraíam pessoas de várias localidades vizinhas. Os benefícios arrecadados eram todos revertidos para a melhoria da capela.

Nestes tempos, um dos irmãos foi designado “Capitão Casa” por ordem dos mandatários da Vila de São Bernardo, tendo a incumbência de administrar o lugar que lhes pertencia e comunicar às autoridades da Vila qualquer problema que houvesse. Tempos depois, Luigi Casa, o capitão Casa, pertenceu ao quadro da Guarda Nacional.

Seu irmão, Giovanni Casa, cedeu uma de suas casas, gratuitamente, para educação e alfabetização de seus filhos, bem como os filhos dos imigrantes da região, a qual funcionou de 1905 a 1933. A escola denominava-se “Escola Mista do Bairro das Colônias”, já conhecida na época como escola do Bairro dos Casa, e que ficava ao lado da Capela de Santo Antonio. A citada escola, depois de transferida para vários locais, deu origem à atual EEPG Estudante Flamínio de Castro Rangel, de São Bernardo do Campo.

Uma das primeiras professoras foi a Sra. Ermínia Paggi, que, por sua deficiência física (não tinha um dos braços), era transportada por uma charrete que pertencia ao Sr. Giovanni Casa.

Por volta de 1953, chegou ao bairro à iluminação residencial, conseguida por meio de reivindicações de Julieta Formetin Casa aos Poderes Públicos da época.
(Retirado do livro Memórias Coletivas produzido pela EJA, relato de Umbelina Casa)

Para falarmos do início da EMEB Marcos Rogério da Rosa, há necessidade de voltarmos um pouco mais na historia da sua construção e discorrer um pouco sobre a história da EMEB Carlos Gomes, que está intrinsecamente ligada a nossa.


O espaço onde nossa escola foi construída era a área livre da EMEB Carlos Gomes, encontrando-se na época a quadra, o tanque de areia e o parque. Em 1998 esta área livre precisou ser redirecionada, passando assim a ficar mais próxima do prédio da escola e deu-se espaço para a construção da EMEB Marcos Rogério da Rosa, atendendo o Ensino Fundamental e posteriormente a EJA.

A nossa escola foi inaugurada em 18 de fevereiro de 1999, com o nome de EMEF do Jardim Ipê. Em cinco de setembro de 2002, passou a denominar-se EMEB Marcos Rogério da Rosa, em homenagem a um membro da comunidade local, que morreu aos 15 anos, vítima de atropelamento; por ser alguém muito estimado no bairro, vizinhos e amigos mobilizaram-se para prestar-lhe essa homenagem, que se concretizou por meio da LEI 4858, de 26 de abril de 2000.



Relato de um amigo do Marcos Rogério, o Cícero Pereira de Morais, pai do ex-aluno Renato Morais.


"Conheci o Marcos Rogério em 1986 quando mudei para perto da casa dele e passei a estudar na Escola estadual Maria Rosa Barbosa, escola em que o Marcos Rogério estudava. Neste ano éramos colegas de turma nas aulas de Educação Física onde nossa atividade principal era jogar futebol.
O “Rogério” ou “Alemão” como era conhecido, devido aos seus longos cabelos loiros, era um adolescente comum entre os outros da turma, gostava de jogar futebol, andar de bicicleta, soltar pipas e outras brincadeiras da época. Ele gostava de um grupo de rock chamado R.P.M. às vezes era até engraçado nas épocas de provas, antes das aulas ficávamos estudando e ele ficava cantando uma música chamada “Alvorada Voraz” mas geralmente no resultado final das provas sempre ficava entre os melhores da turma.
No ano seguinte (1987) começou uma obra de duplicação da Estrada dos Alvarengas, bem em frente a escola Maria Rosa Barbosa.
Desde o inicio dessas obras era comum os alunos da escola ficarem brincando antes ou depois das aulas em frente à escola, a medida que as obras avançavam ia mudando as brincadeiras. Após ser asfaltada essa avenida, demorou um pouco até ser liberada para o tráfego de veículos e nesse tempo nós aproveitávamos para andar de bicicletas, skates e até jogar bola, afinal não transitava veículos, então a rua era nossa.
Até que um dia, alguns garotos andavam de bicicleta e um motorista em pleno estado de embriaguez invadiu aquele espaço, que até então imaginávamos que era só nosso, e sem nenhum controle do seu veículo pegou o Marcos Rogério com sua bicicleta e o jogou longe, ele sofreu uma pancada muito forte na cabeça, permaneceu internado alguns dias, mas não resistiu e veio a falecer.
Estas são algumas lembranças do curto período em que convivi com aquele garoto que tinha no sorriso a alegria de viver e que foi interrompido tão cedo, talvez por uma fatalidade de estar ali brincando no momento que aquele motorista irresponsável foi errar a via que deveria trafegar."
Estas pesquisas sobre o histórico da escola nos dão a dimensão do quanto o bairro e a educação pública se expandiram. Conhecer essa história e documenta-la são ações que contribuem para o fortalecimento da memória e identidade locais.